segunda-feira, 4 de junho de 2012

A crise europeia

Vou começar esse texto pisando em uma seara que não é bem a minha, mas que passeio relativamente bem que é a economia.
A atual Diretora-Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, que comanda a instituição desde junho de 2011 quando assumiu o posto anteriormente ocupado pelo também francês Dominique Strauss-Kahn, precisa visitar a Grécia. Mas não somente a Grécia dos gabinetes ou da Acrópole ateniense, mas as ruas gregas e, sobretudo, o povo grego e saber sua posição e condição nesse embate que se dá às portas fechadas. Se a Grécia tem dívidas, que pague suas dívidas. Mas a Grécia e seu povo não podem ser estrangulados nesse processo.
Na cadeia econômica produtiva o efeito se sentirá em todos os setores, e com força brutal no turismo, já que a Grécia, assim como cá nossa cidade de Foz do Iguaçu, tem sua vocação para o turismo e que impulsiona sua economia. O turismo grego é responsável por 18% do PIB do país e emprega mais de 700 mil pessoas.
Mas o que levou a Grécia a essa situação? Foi sua entrada ao Euro, a moeda comum de dezessete países da Comunidade Europeia (CE)? Foi sua tentativa de continuar como Estado paternalista? No que a Grécia acreditou que a levou a essa crise? Será se foi a crença Keynesiana que se pode superar a lei da escassez que prega que se falta o básico, emite-se e colocasse mais dinheiro na praça? Ou foi a crença no programa bolsa família grego, aquele que prega distribuir renda sem levar em conta a realidade econômica do país? Eu não sei. Cabe aos gregos olharem para sua península com lupa.
Mas e o que isso tem a ver conosco? Nada. Tudo. O Brasil não é uma ilha e está inserido na economia global. Nos destinos turísticos brasileiros, como aqui em Foz do Iguaçu, tem se percebido, já algum tempo, uma desaceleração dos gastos dos turistas estrangeiros e principalmente de turistas europeus de países como Espanha, Itália, Portugal, França, Reino Unido e, claro, a Grécia.
A realidade econômica brasileira é muito diferente da grega. Mas não esqueçamos que houve tempos que diretores do FMI vinham aqui impor suas políticas econômicas e moldar o que eles entendiam como sendo o melhor para o país e seu povo. Que não esqueçamos. Não esqueçamos também que Estado paternalista não vive por muito tempo. Que aprendamos com essa tragédia econômica europeia que na verdade é uma crise da social democracia.
Quanto à Grécia, que final terá o êxodo?

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